segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Colônias de Exploração - América Espanhola


COLONIZAÇÃO ESPANHOLA

Na colonização espanhola da América tinha o objetivo de expandir os interesses co capitalismo colonial na busca por “metais precisos”. Assim, seria mais fácil a garantia de uma Balança Comercial favorável. A estruturação político-administrativa era basicamente a mesma do reino, o que facilitava a centralização administrativa. A Casa de Contratación, em Sevilha, era a responsável pela gestão dos negócios coloniais, nomeando os funcionários para as colônias, funcionários estes que comumente lesavam a coroa por meio de corrupção sempre protegida pela impunidade. Constituía-se, também, na mais alta corte espanhola o Supremo Tribunal de Justiça, estância máxima de apelação para questões relacionadas ao processo de colonização.
O transporte e a distribuição adotados pelos espanhóis era composto por dois sistemas que se interligavam e se completavam. O sistema de Porto Único, instituído em 1503, determinando que a frota sairia e chegaria na Espanha somente através do porto de Sevilha (mais tarde este monopólio é quebrado ao incluir também o porto de Cádiz).
A idéia era centralizar a entrada e saída de mercadorias para facilitar a fiscalização e impedir o contrabando, coisas muito difíceis de se fazer até os dias de hoje. O outro sistema utilizado era o de Frota Anual, surgido em 1540, estabelecia que as viagens de transporte marítimo deveriam acontecer em comboios de galeões que eram escoltados pela “invencível armada” espanhola. O intuito era impedir a ação de piratas protegidos pelos interesses ingleses. Estas frotas atravessariam o Atlântico no mínimo duas vezes ao ano.
O início da exploração se deu através da distribuição de adelantados, cargos de nobreza que advinham da posse de terras a serem conquistadas em regiões fronteiriças pelo senhor-guerreiro. Os poderes eram teoricamente ilimitados e a exploração econômica era por conta do senhor que pagava um quinto de imposto ao estado. Também era responsabilidade do adelantado a cristianização do índio.
Conforme se desenvolvia uma estrutura produtiva e consumidora na América espanhola, a corte teve que melhorar sua estrutura burocráticoadministrativa. Para tanto dividiu as suas posses americanas em Vice-reinos, que eram administrados pela Audiência, órgão deliberativo composto pela alta nobreza espanhola e presidida pelo vice-rei que, além de incentivar a colonização, era também responsável pela justiça e pela catequese.
Além dos Vice-reinos, a estrutura administrativa colonial ainda dividiu a América espanhola em cinco Capitanias Gerais, quais foram: Cuba, Venezuela, Guatemala (Nicarágua, Honduras e Costa Rica), Chile e Flórida. O poder local nos Vice-reinos e nas Capitanias Gerais era exercido pelos Cabildos, espécies de Câmaras Municipais que os portugueses introduziram no Brasil. Os Cabildos possuíam uma certa autonomia política e econômica. Neles, os altos cargos ficavam por conta dos Chapetones - elite espanhola de nascimento (primogênito) que se dedicava exclusivamente à mineração e às atividades agro-pecuárias.
Os cargos mais baixos da administração eram preenchidos com membros da elite criolla - de origem espanhola, porém nascidos na América e que se dedicavam mais às atividades comerciais do que a mineração e a agro-pecuária.
A sociedade colonial da América espanhola, além das duas classes sociais acima citadas, possuía também as demais classes em ordem de importância social:
Mestiços - vaqueiros, artesãos, capatazes de minas e fazendas, vagabundos etc.
Índios - obrigados aos serviços pesados em minas e fazendas, trabalho este justificado pela maioria dos padres católicos (o serviço forçado ajudava a expiar a culpa dos nativos e os aproximava do perdão de suas almas) com exceção dos jesuítas brasileiros e paraguaios.
Negros - mão de obra utilizada em menor quantidade, principalmente após o declínio da mineração nas plantations, que se espalharam por entre as terras espanholas na América.
O trabalho utilizado nas regiões coloniais espanholas obedecia à seguinte divisão:
Mita: comum nas regiões dos países andinos e no México (com o nome de cuatéquil), era um serviço obrigatório, insalubre, temporário e gratuito (embora recebam um pouco de dinheiro para a compra de fumo e álcool), no qual o indígena era superexplorado até a morte, que não tardava a chegar.
Encomienda: comum na extração de metais e na agricultura nas haciendas (plantations para o mercado intercolonial e metropolitano ou subsistência do próprio mercado local); também era um trabalho, servil porém o fazendeiro ou minerador era obrigado a promover o processo de catequese, sendo também obrigado a pagar imposto pelo número de indígenas utilizados.
Escravo: no Caribe (Cuba e Porto Rico), nas plantations de produtos tropicais e nos serviços domésticos. No restante da América espanhola, em pequena escala. O tráfico negreiro era realizado por holandeses, ingleses, portugueses e italianos.
Uma das conseqüências mais importantes para a economia européia foi a entrada de ouro e prata em grandes quantidades na Espanha, espalhando-se por quase toda a Europa e desvalorizando as moedas dos outros países e produzindo uma elevação generalizada dos preços no século XVI e XVII em toda a Europa. Este período inflacionário ficou conhecido como revolução dos preços.

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